Resenha: Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley

Este livro era uma leitura coletiva em grupo de Whatsapp que participo, todavia com a correria do dia a dia, acabou por se perder e abandonamos a leitura. Quando estávamos a combinar um projeto para lermos juntos neste ano, me recordei deste livro e resolvi ler.

Definindo em uma palavra: Inquietante

Admirável Mundo Novo é uma distopia clássica, no cenário temos castas determinas desde a decantação, e condicionamento para as castas. A reprodução vivípara e monogamia, conceitos de família totalmente desestimulados.

“Como posso? – respondeu ele, meditativamente, noutro tom – Não, o verdadeiro problema é outro: porque não posso eu ou melhor – pois afinal, sei perfeitamente porque não posso – que sentiria se pudesse, se fosse livre, se não estivesse escravizado pelo meu condicionamento”

A história começa em um laboratório, onde ocorre a decantação dos zigotos e os condicionamentos das castas. Somos apresentados ao diretor do laboratório, e na sequência a Lenina e Bernard.

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Abril  – 310 páginas

E por fim temos a Reserva de Selvagens, que nos apresenta o contraste das civilizações. O que nos permite comparação e reflexão para com o nosso mundo.

“Pois bem. Eu preferiria ser infeliz a conhecer essa espécie de felicidade falsa e mentirosa que você gozava aqui

Refletindo sobre o condicionamento, em que cada grupo de pessoas são condicionadas a gostar disso ou daquilo, a pensar desta forma e não daquela outra, tornando se aquilo que desejam que se torne. Isso parece tão distante de nós? Infelizmente não, observo que em todos os momentos da nossa vida, somos de alguma maneira condicionados a gostar disso e pensar de tal maneira e assim ao longo dos anos, por toda a nossa vida.

Não somos divididos em castas superiores e inferiores, a mim elas só parecem invisíveis. No livro, as castas inferiores são caracterizadas por pessoas de baixa estatura, negras e todas iguais, gêmeas, trabalham sem reclamar, para comprar aquilo que não precisam mas que deve ser comprado, pois faz parte de seu condicionamento. Alguma semelhança? No fim, somos todos escravos da sociedade e não o ser nos torna selvagens.

“Ser diferente condena a uma fatal solidão. E a um tratamento abominável”

Devo acrescentar que o diálogo final do livro entre o selvagem e Mustafá Mond é fantástico. Nos permite reflexões profundas.

“- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero a bondade, quero o pecado – Em suma – disse Mustafá Mond – você reclama o direito de ser infeliz”

Escolhi a palavra Inquietante, pois todas essas reflexões e observações, comparações do cenário para com o nosso mundo, a nossa sociedade me deixou inquieta e um pouco assustada. Considero este livro de leitura obrigatória a todos.

Boa Leitura

Taís Caires

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